Estimativa da Conab prevê aumento de 14,5% na produção em relação à safra 21/22, com cerca de 39,3 milhões de toneladas a mais

Com a área de plantio estimada para a safra 2022/23 em 77,1 milhões de hectares, representando um aumento de 3,4% – ou 2,54 milhões de hectares, podemos observar uma tendência que explica porque que as safras de grãos no Brasil estão quebrando recordes sucessivos. 

Após a conclusão do plantio das culturas de primeira safra em dezembro, especialistas se mantiveram otimistas em relação à produtividade, ao avanço das tecnologias no campo e a resiliência dos produtores para lidarem com o clima com eficiência.

No terceiro levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ainda em dezembro, a previsão era de que a safra de grãos 22/23 atingisse o marco de 312,2 milhões de toneladas, um incremento de 15% em relação à safra anterior. No entanto, o clima adverso em algumas regiões produtoras, especialmente no Rio Grande do Sul, impactou a produtividade principalmente de milho e soja, levando a redução na estimativa da safra.

De acordo com o quarto levantamento da safra de grãos, divulgado pela Conab em janeiro (12/01/23), a safra 2022/23 indica agora uma produção de 310,9 milhões de toneladas – o que ainda representa significativos 14,5% de aumento, ou 39,3 milhões de toneladas a mais que a safra anterior.

Impactos na safra de grãos 2022/23

Segundo a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos, o início do plantio sofreu um leve atraso, que foi influenciado pelo excesso de chuvas e pelas baixas temperaturas em grande parte dos estados das regiões Sul e Sudeste. 

Além disso, algumas regiões sofrem restrições hídricas, aliadas à baixa umidade do solo, como em parte da região Centro-Oeste e no Matopiba. Apesar das condições adversas, o plantio ainda foi finalizado dentro do calendário agrícola.

No final da primeira quinzena de janeiro, a soja – principal commodity agrícola cultivada no Brasil e com grande importância econômica no país – já estava com quase toda a área de plantio finalizada. A expectativa de produção para a oleaginosa é de 152,7 milhões de toneladas, 22,2% a mais que a safra 2021/22.

De um modo geral, especialistas e produtores confirmam que o desenvolvimento das lavouras tem sido satisfatório em grande parte das regiões, como no Mato Grosso, maior área produtora de soja do país. Isso porque as chuvas se estabilizaram com bom volume e periodicidade.

A exceção, no entanto, fica para o Rio Grande do Sul. Segundo o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, a má distribuição das chuvas, tanto em volume como em regularidade, tem afetado o potencial das lavouras na maioria das regiões do estado. 

Para o milho verão, que também já estava em reta final de semeadura na primeira quinzena de janeiro, a produção prevista para a safra 2022/23 é de 26,46 milhões de toneladas, 5,7% a mais que o obtido na temporada passada.

As outras culturas que também estão incluídas na estimativa de produção passam por momentos diferentes entre si: enquanto o trigo atingiu um novo recorde estimado em 9,8 milhões de toneladas, com 27,2% a mais que na última safra, o arroz e o feijão tiveram redução na sua área de produção.

Com isso, a previsão para o arroz é de uma redução de cerca de 9,3% da área de cultivo, deixando a projeção de produção em 10,4 milhões de toneladas. E, para o feijão, a queda na área de produção foi de 1,8% na área total prevista, com projeção de produção – somando as 3 safras – chegando a 2,96 milhões de toneladas.

Em relação ao algodão, foi observado um crescimento de 2,6% na área a ser semeada, com um total de 1.641,7 mil hectares, e estimativa de produção de pluma em 2.978,8 mil toneladas. O plantio das culturas de primeira safra foi concluído em dezembro, e os de segunda safra, tiveram início a partir de janeiro.Gostou de saber mais sobre o que está acontecendo no mercado? Confira as outras matérias do nosso blog e acompanhe nossas publicações para ficar por dentro de tudo que você precisa saber sobre o agro!

Fonte: Conab